18 de maio – Dia da Luta Antimanicomial

Um dos momentos mais significativos da minha experiência de graduação em Psicologia foi quando eu entrei num CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. No início tinha medo, insegurança, receio, devido aos muitos preconceitos que tinha em relação a um estado mental “diferente” do meu. Mas no momento que vi e percebi aquelas pessoas conversando, interagindo, circulando e fazendo arte, eu senti uma enorme satisfação. Meus medos logo desabaram, não vi ninguém “diferente” de mim ali e me vi interagindo com eles, escutando suas histórias.

Os “loucos” foram sistematicamente excluídos do convívio social na exata medida que nos consideramos “racionais” e “lúcidos”. O irracional, o desmedido, o imponderável e o desconhecido se tornaram horrorosos aos nossos olhos! Não queremos lidar com isso. Talvez seja porque uma das maiores ilusões que alimentamos é que estamos “no controle”, que somos “senhores de nós mesmos”. Ledo engano!

A luta antimanicomial não é só uma luta pela liberdade dos “loucos”, é uma manifestação pela livre circulação da loucura que habita o humano, daquilo que nos é estranho, que não admitimos em nós mesmos, mas vemos nos outros e que aí fica mais fácil “eliminar”. Por isso eu grito: “Viva a loucura, viva o imponderável, viva o caos, viva o humano! ”