Bem-vindos ao meu blog

Olá, o meu nome é Paulo Nobre, sou psicólogo clínico de orientação psicanalítica (CRP 04/59634) e acompanho pessoas em suas travessias.

 

Sou fascinado pelo ser humano, sua constituição, suas potencialidades e possibilidades. Vejo na psicoterapia e na psicanálise ferramentas capazes de proporcionar ao sujeito uma melhor compreensão de si e do mundo à sua volta.

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Para que serve a psicanálise?

Para que serve a psicanálise?

A ideia de que alguém deva ser útil a algo remete fortemente à corrente filosófica do utilitarismo. Segundo essa linha de pensamento, a melhor ação é aquela cuja consequência promova a máxima felicidade do indivíduo e dos outros. A psicanálise não foca na felicidade.

Trata-se de uma escola consequencialista e hedonista, uma vez que parte do pressuposto que o ser humano busca o prazer, evita o sofrimento e age conforme as consequências das suas ações. A pergunta do utilitarista quando vai agir é: “Para que vou fazer isso?”. Assim, o sujeito se instrumentaliza ao pensar dessa forma.

E por que esse argumento tem um apelo tão forte? Justamente porque o ser humano tem uma vontade muito grande de fazer parte de algo maior. E não tem nada de errado com isso. O problema é quando se age somente dentro desse modelo. É o que se chama atualmente de “zona de conforto”.

Ao tratar as moças histéricas em seu consultório, Freud conclui que elas adoeciam porque seus desejos estavam reprimidos. Faz sentido quando entendemos que a sociedade vienense, que prezava pelo racionalismo e a ordem, reprima o desejo, pois ele não é útil, não “serve” para nada. Bem, até que serve, pois pessoas com desejo muito reprimido tendem a trabalhar mais, questionar menos e ser mais submissas.

A psicanálise, enquanto método que revela o sujeito desejante, portanto, não tem um compromisso com nenhuma instituição específica, não é útil. Ela se presta ao sujeito que, ao admitir seus desejos, sabe lidar melhor consigo e não adoece. O psicanalista está atento justamente ao que é “inútil” do sujeito, aquilo dele que não serve a nada ou ninguém, mas que grita para ser ouvido, pois é aí que está sua singularidade e a resposta a seus enigmas.

Assim, a análise é o ambiente de surgimento do sujeito que deseja, pois não se nasce para estar certo, nem para ser feliz, mas sim para viver e, para tal, é preciso desejar.

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